Quando iniciamos um projeto, uma das primeiras coisas que fazemos é elaborar um cronograma. Nele especificamos todas as etapas: o que será feito, quando e por quem. Confirmamos com o cliente se está tudo de acordo e partimos para os devidos processos. Isso é uma forma de controle, através do cronograma conseguimos mensurar o tempo para cada tarefa e assim entender onde podemos ser mais minuciosos e quando devemos ser breves.
Tudo funciona perfeitamente até o momento em que o cliente é “raptado” misteriosamente próximo à data de uma reunião importante ou sua rotina vira de ponta cabeça por conta de problemas de saúde que você não fazia ideia que existiam, esses são momentos em que a ideia de controle por trás do cronograma se esvai. Brincadeiras a parte, tais situações são completamente possíveis e muito próximas da realidade de um estúdio de design independente (ou de qualquer outro negócio), porém cada vez mais enxergamos esses momentos como uma forma importante de ruptura. Óbvio que, geralmente não são situações agradáveis de lidar mas é uma parte importante de gerir um negócio: lidar com as benditas maluquices da vida.
Pensamos nesses momentos como ruptura, justamente por serem opostos ao que fazemos, design é controle, através dele coordenamos diversos aspectos de um produto ou serviço, sejam emocionais ou físicos. Essa antítese nos coloca em um lugar divertido, através dela conseguimos acessar uma nova forma de pensamento, onde até certo ponto não existe esse controle ou as limitações de outrora.
Esse é o ponto onde fazer design se torna caótico, ao abandonar um método e criar através de impulsos ou emoções cruas é possível experimentar. A experimentação é uma das formas mais valiosas de criação e por meio dela as respostas mais originais podem surgir, por isso cada vez mais a utilizamos em nosso processo criativo. Quebrando rotinas que já conhecemos e abraçando um pouco desse caos, mas sem nunca esquecer o motivo pelo qual fazemos algo, o motivo do design existir: qual o problema que devemos solucionar?