Qual é a coisa mais fascinante do mundo?
Se não for a primeira delas, a palavra, com certeza está na lista entre elas.
Minha fascinação pessoal por ela começou no ensino médio, nas aulas de língua portuguesa. Para mim, naquele momento, não havia coisa mais interessante do que a língua, seja ela escrita ou falada. Daí surge meu desejo, nunca superado, de cursar letras. Era fascinante pensar em entender toda a estrutura de uma língua, aquele conjunto de significados, cada regra que acaba se tornando automática em um imaginário coletivo. Mas ainda não era o suficiente…
Comecei a cursar psicologia achando que havia abandonado o mundo fascinante das palavras, engano meu, é claro. Quando fui apresentada à psicanálise principalmente, reconheci o poder da palavra na cura de uma patologia, e isso foi infinitamente mais fascinante do que pesar apenas em estruturas e regras. O poder subjetivo das coisas me fascinava ainda mais.
Mais uma vez a vida tomou rumos diferentes dos idealizados por mim e abracei o Acrônimo entendendo que talvez, por um tempo, abandonaria o mundo fascinante da subjetividade das palavras. Spoiler: enganada brutalmente mais uma vez.
O design e a psicologia são tão universais que seria impossível não se cruzarem de alguma forma, seja porque se trata de pessoas, comportamentos, símbolos, não importa. Qualquer coisa que caracteriza a palavra e a torna versátil, maleável, e enfim, subjetiva, intersecciona-se inevitavelmente.
Dentro do consultório psicanalítico o discurso é indispensável, dentro do estúdio de design é do discurso que se ramifica todo o restante, não atoa a parte gráfica, que diz respeito ao visual e à linguagem não-verbal, surge de uma palavra ou frase chave.
O significado das palavras é uma daquelas coisas que a vida te ensina, é o tipo de coisa que é mais fácil de aprender jogando o corpo no mundo, do que lendo um dicionário por exemplo, assim como entender o “eu” e assim como entender o design. Todas as coisas são linguagem, psicologia e design e talvez esse seja o princípio para ser coisa… Quem sabe!?